Monday, May 14, 2007

Pensar no Agir I

Hannah Arendt dizia que o que distinguia os homem dos outros seres era a sua capacidade de ordenar o passado através do perdão e de ordenar o futuro através da promessa.

“Pensar no Agir” é uma promessa de reflexão sobre a acção do projecto À Bolina no território da Quinta da Serra que não tem a pretensão de ser generalizável . É apenas aquilo que é: uma reflexão à volta de uma prática para melhor a ordenar.


1.“Conhece-te a ti mesmo”
Quando chegámos à Quinta da Serra – um bairro de barracas no Prior Velho habitado sobretudo por Cabo-Verdianos e Guineenses – tratava-se, antes do mais, de fazer o reconhecimento do território, das condições concretas em que viviam pessoas concretas. Esse reconhecimento seria a base para estabelecer a oferta do projecto e essa oferta seria o instrumento da capacitação das pessoas e portanto da promoção da inclusão social.

Com o passar do tempo, fomos constatando que esse programa continha uma grave omissão: Nós. Ou seja, a necessidade da equipa efectuar, na acção, um processo de auto-conhecimento obstinadamente rigoroso. Ou seja, assumindo aquilo que cada um dos seus membros - e a equipa como um todo - efectivamente é e não aquilo que gostariamos que fosse. A acção tem-nos fornecido um surpreendente mapa de nós próprios.

Esse processo de auto-conhecimento, forjado na acção é, creio, o ponto de partida do primeiro tempo de capacitação da equipa. Nesse processo dá-se uma espécie de homeostase entre o interior (nós) e o exterior (o território). Nessa homeostase aprendemos que defeitos e virtudes essenciais são categorias plásticas e que o exercício de tomada de decisões é centrado na procura de contextos virtuosos. Dito de outra forma, um mesmo traço de carácter pode ser defeito ou virtude em função do contexto e o contexto é uma emanação da base moral e como tal, duma procura interior “cá fora”.

Este é o ponto de partida, de chegada e de novo de partida e de novo de chegada em muitos ciclos em que procuramos reconhecer uma tendência ascendente.

2.“Chamar o outro pelo seu nome”
No princípio, animados de boas intenções, a capacitação aparecia como algo que estávamos ali para oferecer através duma acção que procurava a eficácia. De alguma maneira tratava-se de um exercício empresarial eticamente conduzido. Identificar bem os nossos clientes e as suas necessidades, definir o mix de produtos capaz de as satisfazer, planear e controlar, dirigir e organizar os recursos de modo a procurar uma eficiência e eficácia que deixasse todos satisfeitos: o nosso público-alvo, o programa Escolhas, o consórcio do Projecto e a equipa.

A eficácia gera coisas, a fertilidade gera seres. Concentrados na eficácia da afectação de recursos vimo-nos conduzidos a relações instrumentais e até de paternalismo/dependência, possívelmente o erro mais grosseiro de intervenções deste tipo. Com objectivos quantitativos e qualitativos para cumprir, o caminho mais fácil é fazer o exercício já sabendo a resposta, ou seja, submetendo os meios aos objectivos e o processo ao resultado. Ora a nossa experiência ensina-nos justamente o contrário: o processo define o resultado. A fertilidade emerge de relações constitutivas. Relações entre pessoas que decidem trabalhar em conjunto. Dessas relações brota um poder especifíco, uma capacitação que é apropriada de diferentes maneiras e em livre arbítrio, por cada uma das “personas” intervenientes. Neste sentido a capacitação não se oferece, produz-se na relação e não é de só uma das partes mas de todos os sujeitos da relação.

A primeira reunião, em Abril, com a comissão de pais é um exemplo luminoso desta capacitação mútua , dos Pais e da Equipa, gerada por uma relação constitutiva voltada para a melhoria do desempenho escolar.

Um relação constitutiva, uma relação fértil, pressupõe que designemos o outro pelo nome. O abandono da abstração dos números e das generalidades qualitativas assumindo o primórdio do sujeito. A revelação acontece a seguir. O sujeito, o substantivo tem muitos adjectivos. Cada pessoa é uma multiplicidade de identidades. Uma relação fértil parte da identificação daquilo que realmente nós somos e daquilo que realmente o outro é. Não daquilo que gostariamos que o outro fosse. Mas assume a possibilidade de mudança, a possibilidade de transcendência a partir do poder gerado no próprio seio da relação. Tal é a natureza da nossa Utopia.


3.“Descer juntos”
No À Bolina apesar da juventude do projecto passamos por momentos de grande desolação quando no dia 6 de Março nos foram roubados todos os computadores do CID-NET. Mas em 11 de Março, na reunião da população, deu-se um salto qualitativo na nossa relação com comunidade. Deixámos de poder dar o que tinhamos prometido. O projecto ficou mais pobre. E a pergunta que fizemos foi se nos queriam, assim pobres? A resposta, emocionada, desassombrada e avassaladora foi: Sim! A nossa relação constitutiva com a comunidade começa aí. Deixámos de “estar para” para “estar com”.
Em muitas opções “estar com” exige uma progressiva identificação com a comunidade. A língua, a cultura, a maneira de viver, a pobreza. Não questionamos essas opções. Mas gostariamos de valorizar a via da diversidade. A das relações constitutivas entre pessoas diferentes. Perde-se, talvez, em eficácia , ganha-se em fertilidade. As pessoas do projecto introduzem diversidade no eco-sistema económico e sócio-cultural do bairro. A diversidade assente em relações não-instrumentais e constitutivas gera fertilidade e capacitação. A mudança de estado dá-se quando os meninos e meninas do bairro deixam de ver as “brancas” para ver a Catarrina ou a Anja e a seguir lhes escrevem cartas de amor e lhes trazem flores.

Queremos estar conscientes que vamos ter muitos mais momentos de desolação na nossa acção. Se soubermos descer juntos, reforçando relações, sem medo de bater no fundo vai ser fácil subir para a luz.

23 de Abril de 2007

Thursday, March 22, 2007

Reunião de Consórcio em 9 de Março de 2007

A C T A
Ordem de Trabalhos:
1.Informação sobre o roubo dos computadores e diligências tomadas
2.Decisões a tomar

Presentes:
Célia Marques (CM) - CML
António Ferro (AF) - Junta de Freguesia
Silvia Baptista – Agrupamento de Escolas de Sacavém
Padre Valentim (PV) - Paróquia
Irmã Glória (IG) - Irmãzinhas de Jesus
José Costa Ramos (JCR) - Coordenador do Projecto
Catarina Camacho (CC) - Colaboradora do Projecto
David Melo (DM) - Colaborador do Projecto
Maria do Carmo Piçarra (MCP) – Colaboradora do projecto
Carla Mendonça (CM) – Estagiária do GARSE

1. JCR informou que, na sequência do roubo, estamos a diligenciar no sentido de operacionalizar o seguro apesar deste não estar validado e que a polícia esteve cá imediatamente na sequência do assalto (de 2ª para 3ª) e a PJ (4ª) para tirar impressões digitais.
Leitura de “Carta Aberta a um(a) Vizinho(a)”, que traduz a perplexidade da equipa face aos últimos acontecimentos, e será lida por Floresbela Mendes Pinto na reunião com a população no domingo, dia 11.
JCR disse que sabemos que os roubos são feitos por uma minoria, com o consentimento – através do silêncio –, de todos os outros. A reunião com a população servirá para apurar se esta tem interesse na continuidade do projecto e o que está disposta a fazer para a sua continuidade. Sem uma manifestação afirmativa e clara é, para a equipa do projecto, impossível continuar. O coordenador comunicou que, na sequência de uma reunião de equipa, ficou decidido que esta deixa o projecto no dia em que houver ameaças à integridade física de qualquer dos colaboradores.
SB pediu informação sobre a receptividade do projecto quanto ao Apoio Escolar. Catarina Camacho adiantou que há 52 inscritos nas actividades e cerca de 20 pessoas que beneficiam informalmente, sem inscrição. Explicou que a participação dos pais tem sido feita através da visita por estes ao apoio escolar e que aqueles que não o fazem foram visitados, sempre que possível, pelos responsáveis pela equipa. Ao nível do CID@Net, David Melo explicou que houve uma grande adesão aos computadores – os antigos, reciclados - que foi potenciada com a chegada dos novos. MCP avançou que a Lojinha do Cidadão já foi assumida pela população e que isso se traduz num grande aumento de pedidos diários de ajuda. Também ao nível de “A Voz da Quinta”, o projecto está a correr bem, contando o blogue com a colaboração de alguns jovens e, desde a criação do CID@NET, com a de várias crianças. JCR sublinha o trabalho de atracção do grupo de jovens (cerca de 30 a 50) entre os 18 e os 24 anos, através da criação de um spot e da angariação de um patrocínio da PT de 4 mil euros para vedar e iluminar o campo de futebol. CC acrescentou informação sobre o início da activação do GIA, bem recebido pela população.
CM disse que não nos devemos surpreender com o ocorrido e é da opinião que nos estão a tomar o pulso. Afirma a necessidade de impôr e ganhar o respeito e passar esses mesmos valores.
AF perguntou se toda a gente está informada sobre o projecto. JCR esclareceu que foi feita uma apresentação do projecto no Natal e que a apresentação tem sido continuada através dos contactos directos. A irmã Glória informou que, segundo o que apurou em contactos com a população, nem todos conhecem o À Bolina.
SB perguntou qual é o posicionamento do Escolhas àcerca do sucedido ao que JCR respondeu dizendo que terá de ser o consórcio a activar o processo de informação sobre o sucedido e que o regulamento prevê ser o projecto o responsável pelos equipamentos.
AF sugeriu contactos com empresas para pedir computadores.
O PV sublinhou que a caminhada do À Bolina é “airosamente só” e que o trabalho de informação da população não se faz de imediato, é um processo. Sugere que também é preciso agarrarmos o pulso à população. O sucedido deve servir para que seja feita uma reflexão. Com a reunião de domingo, o projecto será assimilado por mais algumas pessoas mas não por toda a população.
AF sugere que se faça uma circular a informar a população sobre o que é o projecto. CM propõe uma festa. SB sugeriu que a “Carta” fosse assinada por toda a equipa e achou que esta manifesta uma imagem muito negativa do bairro. CM discordou, dizendo que se deve tomar o pulso à população.
JCR informa que nessa manhã foi assinado um protocolo para a criação de uma UNIVA e que a reunião de dia 11 não servirá para a apresentação do projecto por nós mas para os pais e os utentes do projecto terem voz sobre os serviços prestados.
SB percebeu que será perguntado à população se quer que o projecto continue. Acha errado porque na sua opinião a equipa deve continuar a trabalhar mesmo sem computadores. Há um trabalho feito que não deve perder-se. Propôs, no que foi secundada por CM, uma recolha de fundos.
SB afirmou que a pergunta que se quer fazer à comunidade sobre continuidade do projecto fragiliza a equipa. SB e CM sugeriram que o facto de nada ter sido vandalizado é um sinal de respeito pelo projecto. MCP respondeu que o que se pretende com a reunião de domingo é uma co-responsabilização. A pergunta não é de fragilidade mas de afirmação de energia, de pedido de envolvimento da comunidade. JCR disse que uma coisa má deve ser transformada em boa. Deve resultar numa maior apropriação do projecto. Como MCP referiu as pessoas calam-se hoje relativamente a situações graves do ponto de vista humano. Face à pergunta de SB sobre a possibilidade de não aparecerem pessoas ou não se manifestarem respondeu que temos de assumir o risco porque o projecto é instrumental.
2. SB perguntou, no âmbito do consórcio, que decisão deveria ser tomada sobre a continuidade. CM disse que não via porque não continuar. O sucedido é um percalço e afirmou ter a certeza que quem for à reunião o fará porque acredita no projecto. Sublinhou, porém, que este é o primeiro contratempo e haverá outros. SB diz que também acha que se deve continuar o projecto. 53% dos alunos inscritos na Bartolomeu Dias tiveram positiva no primeiro período e há a expectativa de que o desempenho continue a melhorar. PV julga que este momento é uma oportunidade para envolver a comunidade, para consciencializá-la. Cada vez esta população é menos livre porque está sitiada pelo medo. Não põe naturalmente em causa a continuidade do projecto mas julga que isto é uma oportunidade para este e para a vida da comunidade.
CM sugeriu uma angariação de fundos assumida pela população, com um quadro que vá prestando informação sobre o montante apurado. AF assumiu a continuidade do projecto. SB e CM sugeriram ao À Bolina um maior envolvimento do consórcio no projecto. CM lembrou a importância do fornecimento das actas para informação dos membros. SB lembrou, por sua vez, que o pagamento anual do seguro é responsabilidade do consórcio.
JCR referiu que o centro neste momento é a reavaliação do projecto. Há aspectos qualitativos que são essenciais e não foram considerados. Neste sentido, e após três meses de trabalho intenso, é necessário afinar aspectos do “À Bolina”. SB disse que a equipa tem de sentir que o consórcio é nosso companheiro.
O consórcio considerou unanimemente que o projecto deve prosseguir e dispôs-se a envolver-se directamente na procura de soluções para a continuidade, pedindo também à equipa que envolva o consórcio.
JCR informou que seria importante a contratação de uma pessoa do bairro, para a qual não há recursos financeiros, avançando desde logo o perfil da mesma. CM informou que o processo via CML é extremamente difícil mas sugere que ela pode ser integrada nos Tempos Livres, em período de férias escolares.
CC identificou uma pessoa que pode colaborar na limpeza do bairro e que já trabalhou na Portela através do programa ocupacional. AF diz que a junta assumiu que tinha sido decidido na última reunião que o Fundo de Desemprego pode mandar para o bairro uma pessoa da limpeza lá inscrita. AF disse que a associação pode candidatar-se e indicar uma pessoa directamente. SB perguntou se há ideias sobre a animação de sessões temáticas pelo agrupamento de escolas ficando decidido que CC e AC darão resposta a isso.
14-mar-07
Reunião de Consórcio em 26 de Janeiro de 2007

A C T A

Ordem de Trabalhos:
1. Pontos Prévios
2. Balanço da Actividade
3. Decisões a tomar

Presentes:
Célia Marques (CM) - CML
A.Anastácio Gonçalves (AAG) - Junta de Freguesia
António Ferro (AF) - Junta de Freguesia
Padre Valentim (PV) - Paróquia
Irmã Glória (IG) - Irmãzinhas de Jesus
Irmã Mónica (IM)- "
José Costa Ramos (JCR) - Coordenador do Projecto
Catarina Camacho (CC) - Colaboradora do Projecto
David Melo (DM) - Colaborador do Projecto


1.Pontos Prévios

JCR assumiu que o consórcio reunirá mensalmente, para um balanço da actividade e para que os parceiros sugiram as orientações para o mês seguinte, visto ser o consórcio o responsável pelo À Bolina perante o Programa Escolhas. Previamente à reunião será elaborado um relatório - para o qual será usado o ÁGIL,o qual agrega a informação sobre as acções desenvolvidas com os jovens e suas famílias - que será enviado aos membros do Consórcio para análise prévia de modo a tornar as reuniões mais produtivas.

Foi, de seguida, mencionada a falta de luz na rua, por resolver pela EDP (é chamada mas não aparece). Assumiu-se a necessidade de uma boa iluminação, sobretudo junto ao apoio escolar e foi solicitada a ajuda da Junta de Freguesia para a resolução deste problema e também o problema do lixo. AAG respondeu que as entidades competentes para a limpeza não intervêm nos bairros ilegais. Há condicionantes à ajuda, nomeadamente porque os carros de limpeza não circulam nestas ruas dado o piso ser tão irregular. Sugeriu uma intervenção da Câmara no arranjo das ruas ao que CM reagiu dizendo que a intervenção está fora de questão visto o bairro estar em vias de desaparecer. JCR interveio para dizer que devemos começar por limpar a Rua da Alegria, onde as crianças circulam, tentando envolver a população. Na sua opinião, o realojamento reforça a criação de hábitos de higiene e a preparação para o realojamento. CM disse que iniciará esforços já na 2ª feira, para que a DMH intervenha nesta situação, alertando, porém, que o processo é moroso.

CM avisou que o À Bolina ainda não informou sobre se estava interessado no plano de formação. JCR informou que a resposta do projecto foi enviada há já um mês. IM interveio para dizer que, em reunião com o Presidente da Junta de Freguesia, percebeu que esta entidade arranjaria o tecto das instalações do Projecto.

PV informou que foram organizadas as 1ªs jornadas da habitação. Informou também que nos próximos dias 3 e 4 de Fevereiro haverá na Igreja uma exposição sobre habitação que está agora na Ordem dos Arquitectos. Disse que seria bom envolver as pessoas do bairro e das vilas, sobretudo os jovens, nessa actividade.

2.Balanço de Actividades

JCR fez o balanço do início de actividade do À Bolina referindo que teve vários contratempos inesperados. Informou que actualmente temos 50 crianças e jovens - número que ultrapassa os objectivos - a quem é dado apoio escolar e proporcionada a ocupação de tempos livres e para os quais ambicionamos o sucesso escolar. Disse também que seria importante dar formação aos jovens que já não frequentam a escola e, nesse sentido, solicitou uma reunião com a Directora do Centro de Emprego de Moscavide para lhe apresentar o À Bolina e dar conta das necessidades. CM sugeriu, a este propósito, que façamos uma parceria informal com a Casa de Cultura de Sacavém, a qual desenvolve um trabalho muito interessante, e avaliemos de que forma nos poderão ser úteis, informando que, para o efeito, devemos contactar Sandra Costa. JCR informou que, dentro de um mês, existirá uma UNIVA no Bairro da Quinta da Serra. CM disse que o trabalho de animador da UNIVA é um trabalho muito solitário pelo que o contacto com a Casa da Cultura será muito importante. CC apresentou-se falando sobre o trabalho que desenvolve no À Bolina. Explicou que há duas salas a funcionar, sendo que uma delas é onde funciona o apoio escolar e na outra estão os computadores onde as crianças são apoiadas pelo David Melo. Disse também que as crianças são de todas as faixas etárias, sendo que o mais velho tem 15 anos, que há monitores do bairro a dar apoio, além de quatro voluntários.Além deste trabalho com as crianças, há visitas a casa das famílias para explicar o trabalho que é desenvolvido com o filhos. Além deste contacto, há o que é feito com o agrupamento das escolas para obtenção de informação sobre os desempenhos escolares dos inscritos no apoio escolar. DM informou que conseguiu recuperar todos os equipamentos informáticos existentes e em muito mau estado e que também já temos acesso à internet. Referiu que há três computadores no apoio escolar e esperamos seis novos computadores para o cid@net. JCR informou que já temos dois blogues onde publicamos a informação sobre o projecto e seus utentes. Disse também que o Escolhas está a promover a gravação de CD de hip-pop com o apoio da Gulbenkian e que ontem recebemos temas de dois rapazes do bairro. Além da gravação do disco, far-se-á a apresentação pública do mesmo, em Março, nos jardins da Gulbenkian. Um dos blogues tem entrevistas com estes dois músicos, poemas em crioulo e traduzidos de crioulo. Explicou que o À Bolina visa dinamizar a Rua do Mundo, em que cada jovem interessado virá a ter um blogue. Disse ainda que a CC vai dinamizar a intervenção ambiental e que, para já, está no OTL para conhecer melhor o nosso público. CM informou que, em Outubro, organizaram um evento, na Casa da Cultura, com o apoio de parceiros que produziram uma peça de teatro cujo tema era o ambiente, a qual teve grande adesão da parte dos miudos. Referindo-se à Lojinha do Cidadão, JCR informou que está a funcionar, bem, e é uma loja de mediação entre a comunidade do bairro e as entidades estatais, a quem os habitantes têm que recorrer para resolver os seus problemas. CM informou que estão a preparar uma acção de divulgação do Centro Local de Atendimento ao Imigrante. JCR disse que o Grupo de Intervenção Ambiental ainda não está a funcionar para o público mas que a Rua do Mundo já está a ser dinamizada através da Voz da Quinta. Informou que o À Bolina assumiu um compromisso com o Escolhas para apoio lúdico e educativo em parceria com a Paróquia mas que foi substituído pela alfabetização de adultos que está a correr muito bem. Colocou-se a questão se esta acção devia ser desenvolvida pelo projecto mas que compete ao Consórcio decidir. JCR disse que foi feito um contacto com um possível animador de pátio e que na indisponibilidade deste, esperamos agora resposta de uma outra pessoa. CM mencionou o trabalho do programa RIAS com os miúdos problemáticos da Escola Bartolomeu Dias, o qual faz o acompanhamento destes com uma psicóloga, Ana Reis, e uma assistente social, Fernanda Duarte. Sugeriu que o À Bolina faça uma proposta via ofício, dirigido ao Presidente da CML e ao cuidado do GARSE, caso se considere que o trabalho destas duas pessoas possa ser útil no OTL.

3.Decisões a tomar

CM acha que o projecto está a correr muito bem, tendo em conta que estamos a trabalhar há pouco tempo. Sobre o curso de alfabetização pensa que seria uma mais valia para o À Bolina fazer-se esse trabalho com as famílias das crianças pois julga esta uma boa via de acesso às famílias. AAG pensa que as orientações do projecto devem manter-se como estão e que o Consórcio irá analisando os resultados. Também pensa que a alfabetização devia ser incluída no À Bolina. Assumiu que a Junta de Freguesia não tinha contactos com esta população e que agora, através do projecto, vão tendo mais e assim terão mais facilidade em resolver problemas pendentes. IG referiu que o projecto está por bom caminho e deve continuar. PV acha que o projecto tem pés para andar. IM acha positivo o trabalho que está a ser feito em conjunto. Espera que a CML arranje as ruas e que a Junta de Freguesia mande limpar. Sobre a alfabetização pensa que seria positivo que funcionasse à noite depois das 9 horas. Esta ideia ficou como proposta para o consórcio analisar e decidir. CM pensa que todo o apoio que possa ser dado à população deve ser feito no âmbito do projecto, sobretudo neste primeiro ano. JCR referiu que é importante que o À Bolina se mantenha focado, para agir em situações concretas de pessoas concretas. É importante que não haja dispersão. O voluntariado também tem que ser controlado, não devemos dar nada sem termos contrapartidas. CM considera importante que o projecto tenha visibilidade no bairro em geral para agarrar a população. JCR manifestou preocupação relativamente à limpeza, problema para o qual não tem solução. CM contou que na Quinta do Mocho foram as pessoas do bairro que, recrutadas, fizeram a limpeza tendo a acção sido financiada pelo Centro de Emprego. AAG referiu que o Centro de Emprego tem programas ocupacionais para que este tipo de trabalho seja feito. Referiu também que se a CML vier arranjar as ruas podemos contar com o apoio da Junta para vir fazer a limpeza. JCR sugeriu o desenvolvimento de um projecto piloto para a Rua da Alegria, com os recursos que temos e que deverá incluir uma pessoa do bairro que esteja disponivel e mantenha o espaço limpo e cuidado. AAG acha que estas acções de limpeza e arranjo são muito importantes porque criam novos hábitos nas pessoas e que podemos contar com a ajuda da Junta. JCR pediu a AAG o contacto da pessoa do Centro de Emprego que será nossa interlocutora. Agradeceu a presença de todos e também a boa vontade demonstrada pelo consórcio.
//.. 07.01.27

Wednesday, December 13, 2006

Projectos «Escolhas» de Loures criam rede


A Rede Escolhas – Loures foi lançada no dia 29 de Novembro após a apresentação, no Centro Comunitário da Apelação, dos cinco projectos concelhios integrados na Terceira Geração do Programa Escolhas. Ao «Esperança», o projecto pioneiro implementado na Urbanização dos Terraços da Ponte, juntam-se agora o «À Bolina» da Quinta da Serra no Prior Velho, o Juntos Construímos Mais» da Apelação, «o «Sai do Bairro Cá Dentro» do Talude e o «Construindo Novas Cidadanias» de S. Julião do Tojal.

No âmbito da apresentação, a convite da Câmara Municipal de Loures, os representantes das entidades promotoras e gestoras dos projectos assumiram três objectivos comuns: partilhar boas práticas, ganhar massa crítica com vista à abordagem a empresas numa perspectiva de cumprimento da responsabilidade social das mesmas e a preparação, em articulação com o Alto Comissariado Para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), de um projecto de microcrédito para a Rede Escolhas-Loures.
O microcrédito, concebido pelo Prémio Nobel da Paz 2006, Muhammad Yunus, destina-se aos mais desprotegidos, ou seja, social e economicamente excluídos, que queiram criar o seu próprio emprego ou pequeno negócio, através do empréstimo de pequenos montantes. Visa conseguir que as pessoas que não têm crédito junto da banca mas que querem desenvolver uma actividade económica para a qual reúnem condições e capacidades, possam contrair empréstimos para esse fim.

À escala nacional, a Terceira Geração do Programa Escolhas vai abranger 120 projectos que visam apoiar a integração social das crianças e jovens mais desfavorecidos, particularmente os filhos dos imigrantes. Em curso até 2009, envolverá um maior número de projectos – o programa anterior abrangeu 86 projectos - e estará mais focalizado nas questões da integração dos imigrantes, da formação profissional, participação cívica, educação e inclusão digital.

O «Escolhas», coordenado pelo ACIME e financiado pelos ministérios do Trabalho e Segurança Social, da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o «Escolhas» funciona na dependência do ministro da Presidência e tem como promotores escolas, centros de formação, associações de jovens, de imigrantes, desportivas e culturais e os centros educativos de reinserção social.

O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, o Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, estiveram presentes no lançamento da terceira fase do Programa Escolhas, numa cerimónia realizada no Centro Cultural de Moscavide.

Sunday, December 03, 2006

À Bolina

Concelho: Loures

Entidade Promotora: Associação Sócio-Cultural da Quinta da Serra

Destinatários: 130 crianças/jovens, 60 famílias

Resumo: Visa a Inclusão Social das crianças e jovens, através do apoio escolar, organização de tempos livres e do desenvolvimento de competências parentais. Actua também ao nível da capacitação para a intervenção cívica com a «Lojinha do Cidadão», espaço de mediação para a cidadania, o Grupo de Intervenção Ambiental, a Rua do Mundo - comunidade virtual que produz conteúdos e o jornal «A Voz da Quinta».



"Bolina, Navegar à - técnica de navegação contra ventos não favoráveis" - Wikipédia